Quem Está por trás do Índice?
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Um provedor de índices é uma companhia especializada que está dedicada à criação e cálculo de índices de mercado e ao licenciamento de seu capital intelectual como base de produtos passivos.
Definição dos objetivos de um índice e das regras necessárias para construí-lo
Geração e distribuição dos valores dos índices
Acompanhamento em tempo real e manutenção diária
Contribuir para tornar os índices acessíveis aos profissionais de investimentos e ao público geral
O papel que desempenham os provedores de índices é fundamental. Profissionais da área financeira e investidores em todo o mundo dependem de índices para receber informações em tempo real sobre o desempenho dos mercados e utilizam dados de índices ao tomar decisões econômicas e de investimento, sejam grandes ou pequenas.
Além disso, um total de mais de US$ 6 trilhões em ativos está vinculado ao desempenho de índices de mercado. Os profissionais de investimentos que administram esses ativos dependem de provedores de índices para a construção adequada e manutenção rigorosa dos índices, além da distribuição contínua dos dados.
Quanto ao seu modelo de negócios, um provedor de índices pode ser comparado a uma empresa de software, no sentido em que ele cria produtos especializados, com uma grande carga de propriedade intelectual e que geralmente são fornecidos digitalmente. E do mesmo modo que uma empresa de software, as operações de um provedor de índices giram em torno do desenvolvimento de novos produtos, licenciamento e distribuição desses produtos, além do fornecimento de serviços e suporte relacionados.
Para entender melhor o que os provedores de índices fazem, pode ser útil considerar o que eles não fazem:
Conceituar e construir um índice exigem uma compreensão profunda das classes de ativos, do funcionamento do mercado e a classificação dos valores, assim como dos produtos de investimentos que podem ser necessários para acompanhar o índice.
O processo de criação de um índice começa com uma ideia. Todo índice viável deve ter uma finalidade clara e sólida, embora esse alvo possa variar. A partir daí, um provedor de índices fará as seguintes perguntas antes de continuar com a criação do índice:
Por exemplo, um índice pode abranger ações de capitalização média dos EUA, títulos de dívida da Europa ou as cotações do ouro. Esse mercado subjacente às vezes é descrito como o universo, exposição ou conjunto de oportunidades do índice. O universo pode ser extremamente preciso – por exemplo, ações large cap do setor de tecnologia no Japão – ou complexo – como ações de baixa volatilidade com pagamento elevado de dividendos –, mas deve estar sempre definido de forma clara e ser fácil de calcular.
A decisão depende da existência ou não de preços disponíveis (de fácil acesso e públicos) para os tipos de componentes que o índice irá incluir. Sem esses preços, não há maneira de estabelecer um valor confiável do índice. Além disso, o provedor deve garantir que os valores de um índice sejam suficientemente líquidos para que as empresas financeiras, que procuram replicar o desempenho desse índice, possam adquiri-los facilmente e em quantidades suficientes quando a carteira do índice ou a sua ponderação mudem.
O índice deve ser útil, seja como um benchmark ou como a base de um produto baseado em índices, satisfazendo uma necessidade particular dos investidores e sendo também comercializável. A menos que pareça provável que o índice será de valor para os potenciais usuários, é improvável que o provedor de índices continue com a sua criação.
Se o índice se destina a ser licenciado como base para produtos vinculados a índices, o provedor deverá confirmar que os valores ou instrumentos a serem incluídos em um índice são suficientemente líquidos para que as empresas financeiras, que procuram replicar o desempenho desse índice, possam adquiri-los em quantidades suficientes no começo e também quando as ponderações dos componentes mudem no rebalaceamento.
Após a seleção e ponderação dos componentes do índice, o provedor de índices começa a calcular o índice de acordo com a metodologia. A maioria dos índices são calculados de forma diária e muitos deles em tempo real.
Por exemplo, o Dow Jones Industrial Average® é calculado a cada dois segundos. No entanto, alguns poucos podem ser calculados mensalmente ou seguindo algum outro calendário, com base na disponibilidade dos dados.
IOs provedores de índices distribuem esses valores de diversas formas: através de seu próprio site, mediante redistribuidores de dados, como Bloomberg e Reuters, e por meio de arquivos de dados que são transmitidos diretamente aos licenciados dos índices. Também é possível calcular, na data de lançamento de um índice, níveis históricos diários obtidos mediante “backtesting”. Esses valores, que são criados aplicando a metodologia vigente do índice a bases de dados históricas de valores, mostram o desempenho provável do índice caso ele tivesse existido no passado. Contudo, estes dados retrospectivos devem ser interpretados com precaução, pois fornecem apenas uma estimativa teórica de como teria sido o desempenho do índice no passado e, como já sabemos, o desempenho passado, seja real ou teórico, não garante resultados futuros.
Os dados retrospectivos ou gerados mediante backtesting incluem quaisquer valores de índices
que representem como teria sido o desempenho de um índice caso tivesse existido antes da sua data de lançamento.
Após a publicação de um índice, começa o início do monitoramento contínuo em tempo real e a manutenção diária do índice, a fim de que ele possa funcionar 24 horas por dia e 7 dias na semana.
Uma vez que o mercado e outras variáveis afetam constantemente o desempenho dos componentes de um índice, o provedor deve realizar o rebalanceamento periódico do índice, que implica realizar o acompanhamento de todos os componentes para garantir que ainda cumpram com os critérios de inclusão, determinar quais ações devem ser acrescentadas ou eliminadas com base nas regras da metodologia e estabelecer novas ponderações.
A manutenção contínua também envolve o acompanhamento de eventos corporativos, tais como fusões, cisões e desdobramento de ações, bem como pagamentos de dividendos e juros; que possam afetar os componentes do índice. Também é necessário aplicar as mudanças conforme estes eventos ocorrem. Por exemplo, se uma empresa em um índice se tornar privada, ela será eliminada porque suas ações deixam de ser negociadas publicamente.
Os objetivos comerciais de um provedor de índices são licenciar seus índices a empresas qualificadas para uso profissional, manter estes clientes por meio dos serviços e suporte necessários para utilizar os índices, e comercializar os índices.
Para fomentar a demanda por seus produtos, um provedor de índices:
Um provedor de índices também oferece assistência a seus clientes, procura comercializar seus índices através dos serviços que presta e constrói relações com consultores financeiros e outros intermediários que, ao promover produtos baseados em índices para seus clientes, ajudam a popularizar o investimento baseado em índices, o que, por sua vez, cria uma maior demanda pelos índices.
Nem todos os índices são iguais.
E o mesmo acontece com os provedores de índices.
Por isso, é importante saber distinguir entre um provedor de qualidade e aqueles que não estão à altura. Uma maneira de fazer isso é olhar atentamente para cinco características principais:
Um provedor de índices de primeira classe sabe como criar índices que acompanham com precisão o mercado que procuram medir e que atendem aos objetivos dos clientes, seja como benchmarks ou como base de um produto de investimento.
Um provedor de índices confiável calcula e divulga dados de forma contínua e oportuna, fornecendo o fluxo sem interrupções de dados que os usuários dos índices necessitam. Um provedor de confiança também afirma que se manterá ativo para calcular e publicar seus índices em longo prazo, o que traz benefícios para os usuários.
Um provedor de índices independente não realiza a venda de fundos de investimento ou de outros produtos. Operacionalmente, busca garantir decisões independentes através da separação entre suas equipes de manutenção de índices e o lado comercial do seu negócio.
Uma reputação de integridade se constrói ao longo do tempo. Um bom provedor adota, e muitas vezes supera, as melhores práticas da indústria, tomando precauções para se proteger contra potenciais ameaças à sua boa reputação. Um provedor confiável rejeita conceitos de índices que não são sólidos para evitar possíveis prejuízos aos investidores que possam comprar produtos que replicam tais índices. Ele também faz divulgações apropriadas sobre quaisquer conflitos de interesse potenciais ou outros assuntos que possam afetar ou pareçam afetar a objetividade de seus índices.
Um provedor de índices transparente disponibiliza sua metodologia e dados de índices de maneira pública. Isso elimina quaisquer dúvidas sobre como seus valores são selecionados e ponderados ou quais são as regras para atualizar seus componentes. Igualmente, deixa muito claro o método de cálculo de seus índices. Isso permite aos investidores entender exatamente o universo que o índice está medindo e como ele consegue realizar esse trabalho.
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