Dado que a maioria dos mercados e regiões no mundo tiveram um bom desempenho durante a primeira metade de 2019, é positivo observar que a América Latina conseguiu acompanhar seus pares das regiões desenvolvidas, porém em um ritmo menor. O S&P Latin America 40 subiu 3,4% durante o último trimestre e 11,5% durante o ano (YTD). Do mesmo modo, o S&P Latin America BMI, que é um índice regional mais amplo composto por 285 ações, teve retornos de 5,0% y 14,1%, respectivamente. Os índices S&P 500® , S&P Europe 350® e S&P Global 1200 apresentaram retornos sólidos que variaram entre 4% e 5% para o trimestre e entre 16% e 19% durante o ano.
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Os índices de setores tiveram resultados variados: os setores de Assistência Médica, Industrial e Serviços de Utilidade Pública tiveram o melhor desempenho em comparação com o resto, enquanto os de Materiais, Energia e Serviços de Comunicações apresentaram retornos negativos.
Olhando para os países da região, o Brasil se manteve como um dos melhores países da América do Sul quanto aos seus retornos, especialmente ao observar seus retornos ajustados pelo risco. O S&P Brazil BMI teve um bom trimestre e se valorizou aproximadamente 7% em reais brasileiros (BRL) e pouco mais de 8% em dólares americanos (USD). Por outro lado, o México teve dificuldades para se manter em números positivos durante o trimestre: a versão de retorno total do S&P/BMV IPC teve um retorno apenas superior a 1% em pesos mexicanos (MXN) e a 2% em dólares durante este período. No entanto, durante 2019, o México tem conseguido manter retornos razoáveis em pesos mexicanos em torno de 6%. Por sua vez, mercados menores como o Chile, a Colômbia e o Peru, tiveram um trimestre difícil. A Colômbia quase não apresentou variações, enquanto o Chile e o Peru tiveram perdas, representadas pela queda de 4% do S&P IPSA em pesos chilenos (CLP) e de quase 3% do S&P/BVL Peru Select em novos sóis peruanos (PEN). Por último, mas não menos importante, a Argentina teve um trimestre excelente: o S&P MERVAL Index se valorizou aproximadamente 25% durante este período, porém sua volatilidade de médio prazo em moeda local (segundo o cálculo do desvio padrão) foi o mais alto da região.
Cada país parece estar lidando com questões domésticas e, ao mesmo tempo, com questões globais que afetam seus mercados respectivos. Vários países da região estão impulsionando reformas econômicas, como o Brasil e sua longamente esperada reforma da previdência, que foi finalmente foi aprovada em primeiro turno, mas que ainda tem muitos obstáculos a superar antes de se tornar lei. Contudo, é um passo na direção certa para trazer crescimento à economia brasileira. Por sua vez, a economia argentina continuou tendo dificuldades, embora os economistas concordem que, apesar das expectativas de contração econômica em 2019, ainda há um grande potencial de crescimento para o país em 2020. Por outro lado, os acordos comerciais recentemente assinados entre o Mercosul e a União Europeia prometem trazer crescimento econômico para os mercados do Brasil e a Argentina. Entretanto, o México teve seus próprios desafios econômicos. Há um consenso entre os economistas de que, devido à incerteza das políticas do governo mexicano, a confiança dos investidores é fraca. O Acordo entre EUA, México e Canadá (USMCA) ainda não foi assinado e a recente demissão do ministro da Fazenda do México aumenta a instabilidade e as perspectivas negativas da economia do país. Mais ao sul, as maiores empresas chilenas, como Empresas CMPC, Copec e AntarChile, foram afetadas pela queda nos preços da celulose e do cobre e pela demanda fraca por esses produtos. No entanto, o Chile também está trabalhando com a China para expandir suas opções comerciais, com acordos recentes entre os dois países que prometem um novo mercado para as exportações agrícolas chilenas.