Desde o início do ano até agora (12 de abril de 2018), Facebook (FB) está 7,13% abaixo do seu retorno total de 53% em 2017. O que começou como um problema pela filtração de dados cresceu até abranger na atualidade preocupações sobre aspectos como a estrutura administrativa, procedimentos e medidas de salvaguarda. O que esses problemas têm em comum é que todos estão associados à governança. Contudo, os participantes do mercado tendem a se preocupar com a governança só quando as coisas não estão saind bem, apesar da evidência empírica demonstrar que as empresas com uma governança sólida tendem a apresentar um melhor desempenho do que aquelas com uma governança mais fraca.
Analisamos o componente “G” dos fatores ESG, um aspecto em que as empresas tecnológicas geralmente não se destacam. No artigo anterior, decompusemos os diferentes elementos ou dimensões que fazem parte da pontuação de governança da S&P Dow Jones Indices. Neste segundo artigo da série, examinamos as informações de retorno contidas no componente de governança e como os investidores podem gerenciar o risco ao evitar empresas com baixas pontuações no quesito governança.
A fim de testar se as pontuações ESG (especificamente do aspecto “G”) estão correlacionadas com o desempenho futuro das ações, construímos carteiras hipotéticas por quintis rebalanceadas anualmente, classificamos as ações de acordo com suas pontuações e acompanhamos o seu desempenho durante os 12 meses seguintes. O universo subjacente foi o de RobecoSAM, que começou com 400 empresas globais em dezembro de 2000 e que aumentou para mais de 4.000 ações em 2017. As carteiras por quintis foram construídas anualmente em 31 de dezembro de cada ano e os retornos foram medidos em dólares (USD).
Com respeito à pontuação de governança, se analisarmos o período desde o início em 2001 até o presente, não houve muita diferença no desempenho das empresas nos três quintis superiores. No entanto, houve uma clara diferença entre esses quintis e o último . Em média, os títulos com as menores pontuações de governança tiveram um desempenho inferior (7,84%) àqueles com uma melhor classificação.
O spread entre o primeiro e último quintil foi maior no critério de governança, representando quase o dobro do spread da pontuação ESG total (0,90%).