Este artigo foi publicado em inglês no blog de Indexology® em 4 de fevereiro de 2025.
As notícias sobre as iminentes tarifas e sua pausa subsequente provocaram nervosismo em todo o mercado, produzindo uma queda intradiária de quase 2% do S&P 500® em 3 de fevereiro de 2025. Em um ambiente de condições comerciais mais restritas, seria de se esperar que setores e indústrias com clientes predominantemente locais (dos EUA) oferecessem maior segurança do que aqueles altamente conectados a mercados internacionais. Mas como podemos determinar o grau de exposição das empresas às tarifas? Em vez de considerar apenas o país de domicílio, uma maneira importante de avaliar a exposição econômica de uma empresa é por meio da análise geográfica de suas receitas.
Ao observar os segmentos de capitalização dos EUA, o quadro 1 mostra que The 500™ representa mais de 80% das receitas das empresas do S&P Composite 1500®. O índice é composto por 500 empresas domiciliadas nos EUA, porém, 71% das receitas do S&P 500 são geradas nesse país. O restante vem do resto do mundo, incluindo 10% da Europa e mais de 10% da Ásia. Isto não é surpresa, uma vez que muitas empresas large cap são multinacionais e têm uma presença global cada vez maior.
Podemos entender como a exposição geográfica da receita aos mercados domésticos versus os mercados internacionais afetou o desempenho do mercado por meio dos índices S&P Global Revenue Exposure, que medem o desempenho das empresas que excedem uma exposição-alvo das suas receitas a determinadas regiões ou países.
O quadro 2 se foca no S&P 500 e demonstra que as empresas dos EUA com maior exposição a receitas internacionais ganharam das suas contrapartes com maior exposição local desde o início de 2017. O S&P 500 Foreign Revenue Exposure Index e o S&P 500 Emerging Markets Revenue Exposure Index ultrapassaram seus pares dos EUA nos últimos 5 anos em 6% e 9%, respectivamente. Este desempenho superior é notável, levando em conta o fortalecimento do dólar no mesmo período, que é um obstáculo típico para as empresas com alta exposição fora dos EUA que obtêm uma parcela maior das receitas em moedas diferentes do dólar.