RESUMO
Neste artigo, analisamos a distribuição geográfica das receitas do S&P 500 e o impacto que as economias estrangeiras e os eventos motivados por fatores geográficos podem ter no desempenho geral do índice.
Como estudo de caso, analisamos um evento de mercado recente: as eleições presidenciais dos EUA em 2016. Além disso, como suporte para a nossa análise, utilizamos duas carteiras estilizadas com base na origem geográfica das receitas. O período de análise abrange desde o dia das votações (8 de novembro de 2016) até o final do ano 2017, que para o S&P 500 foi um período de resultados consistentes e novos máximos históricos.
Examinamos o desempenho de empresas que compõem o índice da perspectiva geográfica de suas receitas. A fim de decompor o desempenho, em primeiro lugar estudamos o possível impacto dos movimentos cambiais mediante o desempenho do U.S. Dollar Index e o modelo de risco macroeconômico da Northfield para os EUA. Posteriormente, analisamos em detalhe os setores do GICS® e realizamos as atribuições de rendimentos das carteiras estilizadas.
INTRODUÇÃO: O S&P 500 TEM EXPOSIÇÃO GLOBAL
O S&P 500 é considerado como um dos melhores barômetros do mercado de renda variável dos Estados Unidos. O índice está composto por 500 empresas domiciliadas nesse país e abrange aproximadamente 82%1 do valor total do mercado de renda variável dos EUA. O fato de o índice estar composto por empresas dos Estados Unidos pode levar a assumir que ele depende exclusivamente da saúde da economia desse país. No entanto, na realidade o índice é mais global do poderíamos imaginar. Muitas empresas dos EUA têm presença global, com ativos e receitas em outros países. Portanto, alguns eventos internacionais podem ser significativos para as empresas do S&P 500 e para o índice em geral.
Para entender melhor a origem das receitas das empresas que compõem o S&P 500, utilizamos o conjunto de dados FactSet Geographic Revenue Exposure (GeoRevTM). Ele fornece detalhes geográficos das receitas de todas as empresas com informações disponíveis. Os dados mostram que aproximadamente 71% das receitas do S&P 500 tiveram origem nos EUA enquanto o resto veio de mercados estrangeiros. Internacionalmente, os países com maiores percentuais de receitas totais incluíram a China (4,3%), o Japão (2,6%) e o Reino Unido (2,5%).