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Consequências imprevistas dos fatores no desempenho segundo critérios ESG - Parte 1

Quatro décadas do fator de baixa volatilidade

Por que o Facebook foi eliminado do S&P 500® ESG Index?

Os fundos ativos são melhores gerenciando o risco? Não realmente

Os fatores ESG estão baseados na filosofia de Peter Drucker

Consequências imprevistas dos fatores no desempenho segundo critérios ESG - Parte 1

As palavras do Mark Carney refletem o sentimento da comunidade de investidores, em que as considerações sobre aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, pela sigla em inglês) passaram a liderar as prioridades.

Independentemente de os índices de fatores integrarem princípios ESG ou não, compreender a influência de um fator nas caraterísticas ESG (por exemplo, os benefícios do fator de qualidade), pode ser vantajoso.

mostra um mapa de calor que representa as exposições dos índices de fatores da S&P DJI aos critérios ESG. Neste caso, o vermelho representa um baixo desempenho, o amarelo um desempenho médio e o verde um bom desempenho em comparação com outros índices.

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Quatro décadas do fator de baixa volatilidade

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Hamish Preston

Head of U.S. Equities

S&P Dow Jones Indices

Muitas teorias financeiras se baseiam na ideia de que um maior risco nos investimentos deveria fornecer maiores retornos. No entanto, há evidências acumuladas desde a década de 1970 que demonstram que, historicamente, as ações com menor volatilidade apresentaram melhores retornos ajustados pelo risco em diversos horizontes temporais, regiões e segmentos do mercado.

A S&P Dow Jones Indices tem uma variedade de índices de baixa volatilidade, que servem como benchmarks globais para estratégias de investimento em ações de baixa volatilidade. Como já demonstramos uma e outra vez, os índices de baixa volatilidade fornecem participação nos períodos de alta e proteção contra quedas. Recentemente, ampliamos o histórico de retornos do S&P 500 Low Volatility Index até fevereiro de 1972. Como resultado, agora há quase cinco décadas de dados sobre o desempenho e caraterísticas deste fator. A seguir, apresentamos duas conclusões a partir desta nova extensão do histórico gerado mediante backtesting.

A baixa volatilidade teve melhores retornos do que seu benchmark, tanto em termos absolutos quanto ajustados pelo risco.
 mostra que o S&P 500 Low Volatility Index ganhou do seu benchmark entre fevereiro de 1972 e novembro de 1990, tanto em termos absolutos quanto ajustados pelo risco. Seu maior retorno anualizado e menor volatilidade em comparação com o S&P 500 fez com que tivesse uma relação risco/retorno de 0,98, que foi similar à observada durante o período posterior. Portanto, os retornos do S&P 500 Low Volatility receberam uma compensação semelhante pelos riscos assumidos nas décadas de 1970 e 1980 quando comparados com o período que começou em dezembro de 1990.

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Por que o Facebook foi eliminado do S&P 500® ESG Index?

Quando o S&P 500 ESG Index teve seu rebalanceamento anual após o encerramento dos mercados em 30 de abril de 2019, várias companhias importantes foram removidas do índice, incluindo Wells Fargo, Oracle e IBM. Contudo, o maior componente a ser eliminado foi o Facebook.

Um dia antes desta exclusão, o Facebook tinha uma ponderação de 2,5% no S&P 500 ESG Index. Nesse momento, era a quarta maior companhia dentro do S&P 500, que é o índice principal do S&P 500 ESG Index, com um peso de 1,9%.

Por que foi eliminado o Facebook? Para ter uma melhor compreensão, a metodologia da série de índices S&P ESG é um recurso útil.

Alguns índices ESG, como os Dow Jones Sustainability Indices, tem uma construção mais restrita, selecionando apenas poucas empresas líderes em sustentabilidade de cada indústria. Outros índices ESG, como o S&P 500 ESG Index, mantêm uma exposição ampla, mais excluem empresas com um desempenho fraco conforme os critérios ESG ou que participam em atividades comerciais como a produção de tabaco ou armas controversas.

Para ser manter em sintonia com o S&P 500 e excluir empresas com maus resultados nos critérios ESG, as companhias são classificadas dentro do seu grupo industrial do GICS® de acordo com suas Pontuações ESG da S&P DJI. Elas são logo selecionandas, em ordem decrescente, a fim de chegar o mais perto possível do limiar de capitalização de mercado de 75% dentro de cada grupo industrial.

No caso do Facebook, a pontuação ESG geral foi de 21 no intervalo entre 0 e 100. Esta baixa pontuação fez com que a companhia não fosse selecionada com parte da capitalização de mercado de quase 75% do grupo industrial de Mídia e Entretenimento incluída no S&P 500 ESG Index.

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Os fundos ativos são melhores gerenciando o risco? Não realmente

No investimento, risco e retorno são duas faces da mesma moeda, os retornos esperados de um ativo devem ser acompanhados por variação ou incerteza em torno do resultado desses retornos. Mantendo as demais condições, os ativos com um maior risco deveriam ser compensados, em média, por maiores retornos. A mesma filosofia é aplicável à avaliação do desempenho. O desempenho dos fundos de gestão ativa e passiva deveria ser avaliado em proporção dos riscos assumidos para obter tais retornos.

O nosso Scorecard SPIVA® Ajustado pelo Risco analisa o desempenho de fundos de gestão ativa em comparação com seus benchmarks desde a perspectiva do risco, utilizando retornos brutos e líquidos (com e sem taxas de administração, respectivamente). A fim de definir e medir o risco, utilizamos o desvio padrão dos retornos mensais durante um período determinado. A relação de retorno/risco representa a conexão e o tradeoff entre risco e retorno. Mantendo as demais condições, um fundo com uma maior relação é preferível, já que proporciona um maior retorno por unidade de risco assumido. Para que a nossa comparação fosse relevante, também ajustamos os retornos dos benchmarks utilizados em nossa análise de acordo com a sua volatilidade.

Após considerar o risco, a maioria dos fundos ativos nacionais em todas as categorias perdeu para o seu benchmark quanto aos retornos líquidos, em horizontes de investimento de médio e longo prazo. Embora o desempenho ajustado pelo risco dos fundos ativos melhorou em comparação com os seus benchmarks quando analisados com taxas de administração, a categoria de fundos imobiliários foi a única categoria em obter uma relação superior à do seu índice de referência no período de cinco anos. Em geral, a maioria dos gestores de renda variável nacional em quase todas as categorias perdeu para o seu benchmark quanto aos retornos brutos.

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Os fatores ESG estão baseados na filosofia de Peter Drucker

Você já se perguntou alguma vez pela origem dos fatores ambientais, sociais e de governança (ESG, pela siga em inglês), que na atualidade representam mais de 25%1 de todos os ativos sob gestão? A resposta curta é que eles provêm principalmente das listas de verificação de boas práticas mantidas por um punhado de grandes agências de classificação.

Contudo, de onde essas agências obtiveram suas listas de verificação? Principalmente dos resultados de um conjunto de fontes da virada do milênio, incluindo o “Tripé da sustentabilidade” de John Elkington, a lista das “100 melhores empresas para trabalhar” e os Princípios para o de Investimento Responsável das Nações Unidas.

Mas qual é a origem dessas fontes?

Há 65 anos, Peter Drucker escreveu no seu histórico livro, Prática de Administração de Empresas, que “o mais importante é que a gerência entenda que deve considerar o impacto que cada política e ação comercial tem na sociedade”.

Embora Drucker tivesse aplaudido o crescimento do investimento com base em fatores ESG, ele o teria incentivado como parte de uma visão mais ampla e holística da “responsabilidade social”. Para Drucker, a responsabilidade social começa com o cliente. Afinal, ele escreveu, "é para abastecer o consumidor que a sociedade confia às empresas recursos que produzem riqueza”. Drucker também afirmou que uma empresa deve cuidar de seus empregados, argumentando que “se o trabalhador e o trabalho são mal administrados” isso é “realmente prejudicial para o capital”. Ele aconselhava que as empresas procurassem inovar constantemente, não apenas para aumentar suas receitas, mas para cumprir sua função básica de “órgão específico de crescimento, expansão e mudança” da sociedade. Nesse sentido, Drucker estava décadas à frente de seu tempo e antecipava uma era em que 80% do valor de uma empresa estaria representado por intangíveis não incluídos no balanço.

Não que o Drucker considerasse a solidez financeira irrelevante. “A responsabilidade principal” de um negócio, ele declarou “é ser rentável”, a fim de cumprir o seu papel como “órgão criador e produtor de riqueza da nossa sociedade”. Finalmente, Drucker compreendeu que a responsabilidade social seria a máxima expressão de propósito de um negócio e não uma questão de bem-estar secundária, o que seria um prenúncio do conceito atual de “valor compartilhado” e a base do S&P/Drucker Institute Corporate Effectiveness Index. Ele indicou que “é responsabilidade da gerência garantir que tudo o que ajude genuinamente ao bem comum se torne parte do interesse próprio da empresa”.

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