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Carta de Riscos: CRAs, FIDCs e Fiagros do Agronegócio – Queda nos preços de commodities pode deteriorar a qualidade de crédito e expor riscos não convencionais em operações de crédito estruturado no segmento agro

21 de agosto de 2023

O primeiro semestre do ano foi marcado pela forte redução do volume de emissões no mercado local, fruto dos relevantes eventos de crédito ocorridos, altas taxas de juros e incertezas do cenário macro. Entretanto, a maior clareza quanto às políticas fiscal e monetária, o potencial de maior crescimento do PIB do Brasil, bem como os fundamentos ainda positivos para o setor do agronegócio, devem suportar uma retomada nas emissões estruturadas para o segmento. Esperamos recuperação no volume de emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) ao longo do segundo semestre, após a queda de 25% nos primeiros seis meses de 2023 versus o mesmo período do ano passado. O crescimento dos Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) também deve contribuir para essa retomada. Destacamos ainda que a avaliação do risco de crédito para o agronegócio carrega suas especificidades, e a recente queda dos preços de grãos deve pressionar a rentabilidade de produtores rurais. Tais fatores, somados aos juros ainda elevados, podem resultar em eventos de crédito no segmento, principalmente de devedores de menor porte, geralmente não classificados. Uma elevação da inadimplência pode exacerbar alguns riscos não convencionais nas operações de crédito estruturado do setor, como concentração da carteira, estruturação das garantias e conflito de interesses. Tais fatores podem ter impactos relevantes para o investidor de CRAs e FIAGROs.

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